Marinho e Pinto diz que 4800 euros (líquidos) não dão para viver bem em Lisboa.
Marinho e Pinto diz que 4800 euros (líquidos) não dão para viver bem em Lisboa.
Ora, isto vem a propósito de ele achar que o facto de os deputados da Assembleia receberem 3515€ brutos é "indigno" e, por isso, deviam receber, pelo menos, os tais 4800€ líquidos. Curiosamente, este é o valor que ele próprio estabeleceu como vencimento dos bastonários dos advogados.
Claro que os revoltadinhos do costume já estão todos chocados com estas declarações, mas a verdade é que o Márito e Pinto, esse poço de valores, está cheio de razão.
Ele não tem culpa que o povinho de merda, aquela gentalha que anda de transportes públicos com roupa com mais de 10 anos e que janta sopa de feijão todos os dias, não saiba os preços das coisas.
Por acaso sabem a quanto está a gratificação oral (o chamado bico) no Elefante Branco? Têm noção de quanto custa uma refeição no Eleven? Acham que um quarto no Sheraton, daqueles maiorzitos, com 5 pêgas de luxo e Moet & Chandon, fica em conta? Nem sonham quanto é o seguro mensal de um BMW X5 de 2014 com todos os extras, pois não? O povinho é mesmo ridículo. Queixa-se sem saber.
A verdade é que as pessoas estão cada vez mais egoístas. Andam sempre preocupadas a pensar como é que, com o incrível salário mínimo, vão comprar o material escolar dos filhos, o passe de transportes ou os medicamentos para os pais velhos e doentes, cuja reforma chega perfeitamente para 1 bagaço por semana e que cura qualquer mal.
E no meio disto, e como se o mundo girasse em seu torno, não páram para olhar à volta e perceber como o fillet mignon do Tavares Rico está caro e como fica dispendioso pagar a duas ucranianas (que por acaso até são formadas em medicina) para limpar a casa e esfregar as virilhas ao Marinho no banho.
Portanto, acalmem lá essa revolta e voltem para as vossas vidas desprezíveis, para as vossas casas nos subúrbios, para os vossos empregos nas caixas do LIDL, para os vossos filhos indigentes, para a vossa existência que mais valia não o ser.
Deixem o Marinho e Pinto em paz.
